A imprensa é praticamente unânime na superioridade do Sporting na Luz. Mas será que foi assim tão superior?

13-11-2023

O Benfica venceu o Sporting na Luz por 2-1 e é o novo líder do Campeonato Português. No final do jogo, as análises que se fizeram foram no sentido do Sporting ter sido bastante superior aos campeões nacionais. Fazemos então aqui uma análise rigorosa do que foi o jogo. Nos primeiros 15 minutos do encontro, o Benfica esteve por cima, com mais domínio, fazendo uma pressão alta ao portador da bola e criando perigo à baliza defendida por Adan. Aos 9 minutos, Musa e Rafa protagonizaram a primeira grande oportunidade do jogo, tendo Rafa chutado ao lado da baliza do Sporting, a rasar o poste. Aos 12 minutos, Rafa manda uma bola aos ferros, depois de um grande remate do português. O Sporting chega com algum perigo à área do Benfica aos 19 minutos, depois de um remate cruzado por Matheus Reis. Aos 24 minutos, após a marcação de um livre, João Mário e Florentino ficam na cara de Adan para fazer o primeiro golo. O Sporting a partir dos 25 minutos começou a equilibrar mais o jogo, tendo mais bola no meio campo do Benfica. Aos 29 minutos, Diomande tem a melhor oportunidade do Sporting, através de um cabeceamento defendido por Trubin. O Sporting começou a ficar por cima da partida e aos 33 minutos, depois de um grande passe de Edwards, Pote fica na cara do guardião das águias e permite a sua defesa. Aos 40 minutos, numa jogada de contra ataque, Di Maria manda outra bola aos ferros. O lance seria anulado por fora de jogo, ficando a sensação de que Coates poderia estar a colocar Di Maria em jogo. Entrando a bola na baliza, o lance seria sempre avaliado pelo VAR. Aos 45 minutos, depois de um bom passe de Edwards, o suspeito do costume faz um remate potente ao primeiro poste da baliza defendida por Trubin e inaugura o marcador. Gyökeres leva o Sporting a vencer ao intervalo. A vantagem no final da 1.ª parte poderia cair para qualquer lado, sendo o empate o resultado que mais se ajustaria face ao número de oportunidades desperdiçadas de ambas as equipas. No início da 2.ª parte, o Sporting ficou com menos um jogador, depois da expulsão de Gonçalo Inácio por acumulação de amarelos, aos 51 minutos de jogo. Com o Benfica a jogar com mais uma unidade e estando a perder a partida, foi normal a superioridade de posse de bola das águias. Aos 60 minutos, depois de um bom passe de Aursnes, Musa entra na pequena área do Sporting e remata para a intercepção de Coates, dando canto para o Benfica. Resultado desse canto, João Mário remata fora de área para uma enorme defesa de Adan. O Sporting chega à área do Benfica pela primeira vez, aos 65 minutos, depois da marcação de um livre, tendo Trubin resolvido o lance com uma defesa com o pé. Os encarnados tentaram chegar à baliza do Sporting com muitos cruzamentos, por falta de encontrar outras soluções, por mérito dos leões. Aos 77 minutos, com um remate potente de Di Maria, o Benfica volta a colocar a bola nos ferros da baliza do Sporting e com mais uma grande intervenção de Adan. No minuto a seguir, mais um cruzamento para a área do Sporting e Otamendi cai na área. Tendo sido esse, o único caso do jogo que divide mais opiniões, em relação à possível marcação de uma grande penalidade. Aos 86 minutos, o Sporting chegou à área do Benfica, novamente através da marcação de um livre (depois de uma falta que deveria ter sido marcada ao contrário sobre João Neves). Desse lance, resultou uma defesa fácil a punho de Trubin, sem perigo na recarga de Trincão que atirou a bola para fora. Já nos minutos de desconto, o Benfica aos 90+4 e já com Trubin na área, chega ao golo do empate, num remate de João Neves, após a marcação de um canto. O Benfica continuou a jogar mais com o coração nos últimos momentos da partida e, após um cruzamento rasteiro de Aursnes, Tengstedt concretiza a reviravolta dos encarnados. Dado o equilíbrio do 1.º tempo e à superioridade natural do Benfica, não só por estar a perder, como também por estar a jogar com mais uma unidade, fica difícil perceber o destaque da superioridade do Sporting na Luz, dado pelos comentadores desportivos. O que se pode dizer em abono da equipa leonina, é que impuseram muitas dificuldades ao Benfica, mesmo a jogar com menos um homem. Assim como referir o bom futebol praticado pelo Sporting, nos últimos 20 minutos da 1.ª parte. Certo é que, face a todas as circunstâncias do jogo, o empate seria o resultado que mais se aceitaria. Mas se não se fizer uma análise minuciosa e olharmos só para as estatísticas, até aí o Benfica foi superior nos números. Os encarnados tiveram 53% de posse de bola (64% na 2.ª parte), com 14 remates, 4 deles enquadrados com a baliza (não contando as duas bolas aos ferros). Já o Sporting teve 47% de posse de bola, com 8 remates, 3 deles enquadrados com a baliza. Na 2.ª parte, o Sporting não tem se quer um remate enquadrado com a baliza. Em matéria de cantos, o Benfica também foi superior, tendo 6 contra os 4 dos leões. Mas como a análise não é meramente estatística, dizemos o que anteriormente aqui foi já referido. Uma primeira parte de bastante equilíbrio, com pressão intensa do Benfica nos primeiros minutos, que provocou os tais erros de que Ruben Amorim apregoou na conferência de imprensa. Face a isso, o Benfica teve muitas oportunidades para se colocar na frente do marcador. Um Sporting que equilibrou a partida e depois a dominou nos últimos 20 minutos da 1.ª parte, tendo igualmente oportunidades de golo. Golo esse que caiu aos 45 minutos do 1.º tempo depois de uma grande jogada entre Edwards e Gyökeres. Uma 2.ª parte em que o Sporting ficou cedo sem menos um jogador e que mesmo assim criou bastante dificuldades ao futebol do Benfica, obrigando-os a atacar mais através de cruzamentos. O Sporting não teve nenhuma oportunidade de golo no 2.º tempo e o Benfica, tendo mais bola e procurando mais o golo, acabou por empatar. Se o empate já era uma vitória para o Benfica face à diferença pontual que aquele resultado iria ditar, mais mérito é de se dar aos encarnados que, após o empate, não caíram na tentação de circular bola para segurar o jogo. O Benfica empatou, procurou ser feliz e foi. Por tudo o que foi o encontro, o empate ajustaria-se mais. Mas daí a dizer-se que o Sporting foi superior ou muito superior, vai uma distância bem grande. O Sporting tem de atribuir culpas a si próprio pela expulsão ridícula de Inácio e pela desconcentração que teve no fim da partida, onde se exigiria mais da equipa orientada por Ruben Amorim. Pode-se dizer que o Sporting, em 3 minutos perdeu 6 pontos e isso deve ser parte da sua interna reflexão. Mérito da vitória da equipa de Roger Schmidt, que nunca desistiu de procurar o golo, fosse o do empate, fosse o da vitória.  

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