A narrativa de comparação do PCP e BE com o partido de André Ventura.

18-11-2023

Começa a ser recorrente ouvirem-se afirmações no sentido de normalizar uma coligação do PSD com o CHEGA, exemplificando o apoio parlamentar que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português deram ao PS em 2015. Para comparar as piores coisas que o CHEGA pode trazer a Portugal, o eleitorado de direita acusa o PCP e o BE de partidos anti-Nato, anti-Europa e que apoiam regimes ditatoriais. Mas será exatamente a mesma coisa se o PSD se coligar com o CHEGA, como fez o PS com o PCP e o BE? Vejamos: O partido de André Ventura foi criado para combater o sistema político português e o seu regime. Medidas como a castração química para pedófilos, pena de morte e prisão perpétua, associados à narrativa racista, xenófoba e homofóbica, fazem parte do cardápio do CHEGA. E é o mesmo que considera haverem portugueses de bem e os outros, que são aqueles que sobrevivem do RSI e outras minorias, como os ciganos. Por querer combater o regime político em Portugal, os nacionalistas, como se identificam, colocam em causa a democracia portuguesa, o que torna um receio legítimo da sua forte eleição por parte da população. Já o PCP e o BE são partidos que, embora sejam radicais, respeitam as instituições democráticas e não colocam em causa o nosso sistema político. Exemplo disso foi o acordo que o PS fez com a esquerda, curiosamente na única legislatura que chegou até ao fim, nos últimos 8 anos. A democracia não esteve em causa, a governação teve muito pouca contestação e Portugal recuperou da crise económica. Concluindo que, não é igual o PSD coligar-se com o CHEGA, como fez o PS com a esquerda. A propósito disso, e apesar do PS não ter o seu líder definido, parece que começa haver uma espécie de "harmonia" entre os socialistas e os sociais democratas, a respeito daquilo que podem ser os resultados no dia 10 de Março. Por um lado, Pedro Nuno Santos apresentou-se ao lado de Francisco Assis que representa a ala mais à direita do PS. Por outro, José Luís Carneiro assumiu que não seria por ele que "o Chega chega ao poder no nosso país". E não admira. Conforme o nosso anterior artigo do olhardoinvisivel, é expectável que o partido que vença as eleições governe. Uma vez que quem perder, não inviabilizará a formação do novo governo, para não implicar a inclusão dos partidos de extrema direita e esquerda na governação. 

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