Eleições nos Açores. O que se pode esperar? 

03-02-2024

As eleições Regionais dos Açores realizam-se no próximo Domingo e definirão o novo Governo Regional. Pelas últimas sondagens realizadas pela Universidade Católica, o PS surge como a força política com mais intenção de voto, com 39%. A coligação PSD/CDS/PPM, aparece logo atrás com 36% das intenções de voto. O CHEGA afigura-se como a 3.ª força política, com 9%. À semelhança do que aconteceu nas últimas eleições, em 2020, onde o PS ganhou com 39,13% e o PSD obteve 33,74%, juntamente com o CDS. A história pode voltar-se a repetir e se assim for, o PS, apesar da vitória, ficará sem margem para governar, dada a maioria parlamentar de direita. Foi exatamente essa maioria de direita que foi rompida e que nos traz a estas eleições. Começando pela demissão de metade do apoio do CHEGA, onde um dos dois deputados saiu em desacordo com o partido, até à "retirada" do tapete por parte da IL. No Domingo, o cenário pode ser semelhante mas há algumas diferenças. A 1.ª vez que o PSD abriu as portas ao CHEGA para um acordo governativo/parlamentar, foi pela mão de Rui Rio, precisamente nos Açores, numa decisão política concertada com o PSD-Açores. O mesmo Rui Rio que perdeu para o PS com maioria absoluta, sendo a sua derrota associada à narrativa de que, como o PSD não afastou a coligação com o CHEGA, os eleitores votaram no PS por "segurança". Acontece que, entretanto, Luís Montenegro tornou-se no novo líder do PSD e percebendo que a narrativa tinha de mudar, retirou a hipótese de acordos com o partido de André Ventura. E é aqui o cerne da questão. Nem o Luís Montenegro quer o PSD a governar com o CHEGA, nem André Ventura quer dar apoio ao PSD sem integrar no governo regional. Posição contrária dos seus líderes regionais. Quer José Manuel Bolieiro, quer José Pacheco, admitem acordos de governação, um com o outro. E essa situação a acontecer, não será bem vista no Continente, uma vez que a narrativa do PSD não se coligar com o CHEGA após as eleições, pode voltar a estar em causa. Já o PS, poderá ter alguma hipótese de governar, no caso do PSD não cair em tentação e voltar a pedir o apoio do CHEGA. De qualquer das formas, Pedro Nuno Santos sairá vencedor em quase todos os cenários. Se ganhar as eleições, venceu. Se vencer e não conseguir governar, significa que o PSD recorreu do CHEGA para governar e, assim sendo, "venceu" também. Pois, se a última hipótese se concretizar, terá mais uma arma para atirar a Montenegro na campanha que antecede as eleições, no próximo dia 10 de Março.

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