Pontos essenciais do debate entre Paulo Raimundo e Rui Tavares

15-02-2024

Paulo Raimundo iniciou o debate sobre as convergências possíveis após as eleições, assinalando que as mesmas devem respeitar o aumento de salários, pensões, alteração da legislação laboral, resolução dos problemas da habitação e saúde. Rui Tavares reforçou a ideia de que a melhor maneira de fazer implementar as medidas do LIVRE é votar nele, a propósito do voto útil no PS. Lembrou que o LIVRE quer acrescentar uma planificação ecológica, nomeadamente nas questões da transição energética. O líder do LIVRE acusou a direita de "canibalização interna" pela forma destrutiva com que fazem os seus debates. Sobre política externa, o moderador lembrou que, segundo os últimos euro-barómetros, Portugal é o país que tem mais orgulho em pertencer à União Europeia, bem como aquele que mais defende o apoio à Ucrânia, perguntando a Paulo Raimundo se teme as posições da CDU em relação a este tema. O líder comunista referiu que o PCP vem estando desde 2014 preocupada com a guerra, quando a Rússia ocupou a Crimeia. Paulo Raimundo afirmou que estranharia muito que a força política que quer paz, fosse penalizada por isso. Continuou por dizer que o PCP foi confrontado com duas coisas, uma sobre a sua posição e outra sobre a caricatura que fizeram dessa posição. O mesmo referiu que o PCP chamou atenção para 3 situações. A primeira de que a guerra não tinha começado em 2022 mas sim em 2014. Segundo, que os intervenientes não eram só a Rússia e a Ucrânia, como também eram os EUA, a NATO e a UE. E por fim, a questão fundamental de não se alimentar a guerra (com o apoio militar que se deu à Ucrânia para se defender), mas sim procurar soluções de paz. Paulo Raimundo criticou os resultados obtidos (com essa ajuda), uma vez que ao fim de 2 anos, o problema não cessou. Já Rui Tavares defende e acredita no projeto europeu, nomeadamente na união contra o imperialismo, dando os exemplos de comparação da Alemanha e França em relação a países com o poderio de China e Índia. O líder do LIVRE considera que não podemos abandonar a Ucrânia e que Portugal respeita a defesa da autodeterminação dos povos, devendo manter a mesma linha de apoio que tem dado até agora. Paulo Raimundo criticou a União Europeia por "empurrar" milhares e imigrantes para o "cemitério do Mediterrâneo", por negociar com a Turquia os imigrantes como se tratassem de mercadoria e por dizer ao Estado português para colocar dinheiro na TAP desde que fosse privatizada. Sobre o direito à greve das forças de segurança, o PCP é a favor, pois considera que são pessoas com grande responsabilidade e sentido de Estado, sendo os primeiros a defender e fazer cumprir a Constituição da República. Já Rui Tavares defende o direito à greve, respeitando os serviços mínimos e a lei. No que diz respeito à filiação partidária, o LIVRE é completamente contra, lembrando o golpe de Estado na 1.ª república levada a cabo pela GNR, há 100 anos. A propósito da União Europeia, Rui Tavares quis acrescentar que não existe nada da União Europeia que diga que devemos ou não privatizar a TAP e que "Portugal tem muito mais a ganhar em tornar a União Europeia num espaço de democracia, um espaço social e um espaço ambiental forte no Mundo" do que se não estivéssemos no Euro. Sobre as políticas de emigração e imigração, Paulo Raimundo defende que a questão central está no salário e na legislação laboral, propondo o aumento dos salários mínimos e médio. A esse propósito, o PCP defende um aumento de 15% dos salários, num mínimo de 150€ por mês de subida. Rui Tavares assinalou a semana dos 4 dias como uma solução laboral mais vantajosa, nomeadamente com a questão da saúde mental. O líder do LIVRE propõe a "herança social", que seria financiando pela taxação das "grandes heranças", que permitiria abrir uma conta de 5000€ a cada bebé nascido em Portugal para que este pudesse levantar entre os 18 e os 35 anos e abrir, por exemplo, uma empresa. Sobre a cultura, Rui Tavares considera que devemos ser mais inovadores, aumentando o investimento e criando instituições novas como a Casa da Criação. Já Paulo Raimundo defende a valorização das carreiras, assumindo que se deve gastar 1% do OE para a cultura, com o objetivo de atingir 1% do PIB para esse setor. O líder do LIVRE defende que o objetivo deve ser para além de 1% do PIB, lembrando as ligações importantes que a cultura tem com o turismo e o património do país. Rui Tavares defende a presença dos trabalhadores nos conselhos de administração de empresas, tanto públicas como privadas. O líder do LIVRE aproveitou a sua intervenção para falar da Ciência, defendendo o co-investimento e dando o exemplo da Galp que não esteve interessada em colaborar na pesquisa na área do grafeno que permite fazer produção de hidrogénio de uma forma muito mais ecológica e permite fazer filtragem de água. Para terminar o debate, Rui Tavares criticou a direita por querer baixar o IRC a quem já tem mais de mil milhões de lucro, defendendo a criação de um centro nacional para a transferência do conhecimento que ponha em contacto empresas, cooperativas, setor público e investigação. 


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