Pontos essenciais do debate entre Inês Sousa Real e Rui Rocha

O primeiro tema do debate foi a economia verde, onde Inês Sousa Real defendeu que cada euro investido na economia verde representa o crescimento de 2% no PIB. A mesma referiu que foi a economia verde que permitiu contribuir para que o fosso da igualdade de género diminuísse pois criou mais de 28% de trabalho para as mulheres. A líder do PAN afirmou que é preciso garantir o investimento nas florestas e na agricultura de precisão, justificando que são os relatórios da OCDE e da União Europeia que indicam esses números. Criticou o Governo, dando o exemplo deste ter dado mais de 300 milhões de euros em combustíveis fósseis, ao invés de terem ido para as famílias. A esse respeito, Rui Rocha afirmou que se a designação de emergência climática for usada para legitimar visões "proibicionistas" ou visões que querem impor um retrocesso às condições de vida, a IL não participa nessa visão. Ao invés, Rui Rocha disse que se estiverem a falar de progresso e desenvolvimento sustentável, a IL estará nessa discussão. Em relação às medidas propriamente ditas, a IL quer encurtar no tempo os licenciamentos de uma central fotovoltáica, assim como comunidades de energia de autoconsumo. Prosseguiu falando da economia circular, lembrando que atualmente vão para aterro mais de 50% dos resíduos e por isso, a IL propõe instalar um sistema de retorno, com máquinas de reciclagem em todo o país. Nos transportes, a IL pretende apostar na oferta e na descarbonização por via da aposta na ferrovia. Por fim, o líder da IL falou de uma visão para a água, defendendo que precisamos de aumentar a capacidade de retenção, trazer água das zonas mais abundantes para as menos abundantes e apostar na eficiência na distribuição, dando o exemplo do Algarve que tem um problema dramático de escassez de água. Inês Sousa Real ironizou questionando Rui Rocha sobre o mesmo querer uma central nuclear, possibilidade essa que é incompatível com a escassez de água que o líder da IL referiu, acusando-o de incoerência e lembrando que a IL votou contra a lei de bases do clima. A líder do PAN reforçou assumir estar contra a aposta da energia nuclear proposta pela IL, exatamente pela escassez de água e que "não podemos num momento dizer que estamos solidários com os agricultores e produtores no Algarve que não tem água nas suas torneiras e depois querer implementar uma tecnologia que dependa da água". Inês Sousa Real criticou a medida da IL da implementação da energia nuclear pois esta baseia-se no estudo económico, deixando para trás o estudo da avaliação ambiental. Já Rui Rocha afirmou que Portugal tem ótimas condições para energias renováveis, dando o exemplo da solar, hídrica e a fotovoltáica e por isso temos ótimas condições de energias limpas mas que precisamos de uma energia de base pois a energia limpa não estará sempre disponível. Por isso o líder da IL defende que existem duas que são possíveis para essas intermitências das energias limpas, que são a energia nuclear e o gás. A esse propósito a IL proclama pelo princípio da neutralidade tecnológica, dando o exemplo da Alemanha estar refém da Rússia quando esta abandonou a energia nuclear. Já Inês Sousa Real lembrou que existem outras alternativas, dando o exemplo da redução do IVA para aquisição dos painéis fotovoltaicos que o PAN fez aprovar, referindo que devemos apostar numa produção menos cara. De seguida o debate passou para a abordagem do salário médio. Rui Rocha defende a redução de impostos e pouco mais. O mesmo apenas disse que temos de chegar a outros valores pois assim deixamos os nossos jovens emigrar. Atirou a questão do salário médio para as questões da redução de impostos, mais habitação e melhor saúde. Inês Sousa Real criticou a taxa única proposta da IL, considerando ser altamente injusta, defendendo a progressividade da mesma. A líder do PAN também defende a redução do IRC até aos 17%, para as empresas pagarem melhores salários. Rui Rocha colou o PAN ao PS ao ter viabilizando vários orçamentos do partido socialista, criticando as políticas que apoiou. Inês Sousa Real ripostou dizendo que a IL votou contra, ao lado do PS, quando o PAN propôs medidas ao recurso mecanismo travão do aumento da prestação da habitação. O PAN defende o aumento do salário mínimo até ao final da legislatura em 1100€ e pretende garantir o benefício às empresas com a redução de impostos. No que diz respeito à educação, o PAN aguarda um relatório que está a ser concluído sobre o impacto da reposição integral do tempo de serviço dos professores. Rui Rocha concordou com a líder do PAN e prefere saber os custos para poder ter uma posição. Rui Rocha indicou soluções de curto prazo para a educação, nomeadamente o recrutamento de professores aposentados, acumulando pensão e rendimento, remuneração competitiva e autonomia das escolas para recrutarem os seus professores.