Pontos essenciais do debate entre Luís Montenegro e André Ventura

13-02-2024

O debate foi dominado pelos acordos pós eleitorais e por provocações à volta desse assunto. Luís Montenegro acusou o CHEGA de apelidar o PSD de "prostituta política" e por isso, não pactua com esse tipo de linguagem. Confirmou que não alinhará com um entendimento político com o CHEGA pois é um partido que considera ser racista, xenófobo e populista. André Ventura acusou o líder do PSD de andar ao colo do PS e de se coligar com o PAN na Madeira, um partido que Luís Montenegro chamou ontem de fundamentalistas. O líder do CHEGA considera que o PSD deve querer conversar com o seu partido, caso contrário terá que assumir as consequências. Querendo deixar a ideia que vai se juntar ao PS para inviabilizar um governo da AD, no caso destes não quererem conversas com o CHEGA. As conclusões deste confronto são simples, Luís Montenegro só governa se ganhar as eleições, caso contrário demite-se do partido. Ou seja, se não ganhar, ou o PSD viabiliza um governo minoritário do PS ou provoca novas eleições com outro líder. Em relação aos polícias, Luís Montenegro criticou as propostas do CHEGA de querer atribuir o direito à greve das forças de segurança. O líder do PSD lembrou que é preciso manter a ordem no país e não se deve colocar isso em causa. Também referiu as estruturas militarizadas da GNR que podiam influir na atividade militar, tornando uma proposta inaceitável. André Ventura acusou o PSD de traição às forças de segurança, por não se comprometer com os subsídios de risco. O mesmo considerou que os governos de PSD e o PS humilharam as forças de segurança. Já Luís Montenegro ironizou afirmando que André Ventura "andava de bandeirinha a defender-nos". André Ventura respondeu que era Luís Montenegro o líder da bancada parlamentar. Mas logo levou a resposta do líder do PSD. Luís Montenegro lembrou ao líder do CHEGA que "era líder parlamentar e o André Ventura achava que eu devia ser líder do partido, lembra-se?". A propósito das greves, André Ventura afirmou que já existem greves de policiais na Bélgica e na Suíça, sendo países democráticos. Já Luís Montenegro assumiu que vai negociar com as forças de segurança e que nos primeiros dias de governo, será essa uma das prioridades. De seguida, Luís Montenegro acusou André Ventura de saber menos das suas contas do que o próprio. O líder do CHEGA acusou a AD de não ter propostas para combater a corrupção e de terem votado contra uma proposta que previa um aumento de penas para os corruptos e a apreensão e confisco de bens. Já o líder do PSD acusou André Ventura de não haver nenhuma alteração legal na sua proposta, considerando que "achar que é o confisco de bens que vai resolver o problema da corrupção, é viver noutro Mundo" e criticou o aumento das penas, por achar que não é por haver um alargamento das penas em 1 ou 2 anos que vai acabar com a corrupção. Sobre as pensões, Luís Montenegro fez questão de distinguir a sua da proposta do CHEGA, ao afirmar que a proposta do PSD é realista e exequível e a do CHEGA tem um custo irrealista para o país, de 9 mil milhões de euros. Para distinguir as propostas, o líder da Aliança Democrática deu um exemplo para a sua, de um pensionista, que não tenha mais nenhum rendimento, se ganhar 300€, o Estado completará com mais 520€. Diferente da proposta do CHEGA, onde um pensionista se ganhar 300€ mas se tiver outro rendimento de 2000€ (por exemplo pensão de viuvez) o Estado também dará os restantes 520€ para completar a pensão. Já André Ventura criticou o PSD de votar contra o aumento das pensões proposto pelo CHEGA e acusou Luís Montenegro de não ter nenhum currículo na defesa das pensões, por ter sido "o líder parlamentar do maior corte de pensões na nossa história". André Ventura garante um aumento de despesa em 7 mil milhões de euros em 6 anos, com a subida das pensões. Para terminar o debate, Luís Montenegro assumiu que o seu grande adversário é apenas o partido socialista, ao contrário do CHEGA em que o seu adversário é o PSD. André Ventura declarou que o principal adversário é o PS mas o adversário do sistema são os dois partidos, que nos governam há 50 anos e são representantes de um sistema de corrupção, de bandidos à solta e de descida de salários e pensões. Foi um debate muito pobre de ideias, talvez o debate mais fraco até agora. 

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