Pontos essenciais no debate entre André Ventura e Rui Rocha

07-02-2024

O debate direcionou-se para os temas fiscais, de imigração, passando pelas pensões e pela TAP. André Ventura começou o debate defendendo a baixa de impostos, em especial do IMI, considerando ser "o imposto mais estúpido do Mundo". Afirmou que deve haver "um desagravamento dos impostos, tendo a consciência que isto tem custos" e, acrescentou, "porque ao mesmo tempo defendemos um aumento das pensões que a IL discorda". O líder do CHEGA defendeu também a redução do IRC e do IVA sobre os combustíveis. Rui Rocha explica que o custo das propostas da IL, em IRS e IRC, valem no máximo 4 a 5 mil milhões de euros e que parte da receita seria recuperada pelo crescimento económico dessa medida. O líder da Iniciativa Liberal justifica as medidas fiscais com aquilo que considera ser "verbas desperdiçadas" como a injeção de 1800 milhões de euros na CP, 3200 milhões de euros na TAP e de 400 milhões de euros na EFACEC. Rui Rocha garantiu que não haverão verbas canalizadas para esses setores, deixando a ideia de que pode deixar cair essas empresas se precisarem de meios de financiamento. Continuou, afirmando que entre 2022 e 2024 a subida da receita fiscal é de 7300 milhões de euros e propõe uma redução de 3 a 4% desse valor. Terminou dizendo que o Estado deve fazer um esforço para aliviar as empresas e as famílias. André Ventura atirou dizendo que "a Iniciativa Liberal conhece duas palavras, privatizar e despedir. É privatizar a economia toda e despedir toda a gente", abordando o tema da TAP. O líder do CHEGA defende que a TAP é estratégica e não se deve privatizar sem salvaguardar os seus trabalhadores e sem garantir que, por exemplo, a IBÉRIA não torne Madrid o centro ibérico ao invés de Lisboa. Curiosamente, o PS vem dizendo exatamente a mesma coisa. Rui Rocha a propósito disso, acusou André Ventura de querer limitar a margem de lucro nas empresas, querer aumentar o salário mínimo nacional para 1000€, querer taxar mais a banca e as gasolineiras, querer uma TAP nacionalizada e querer aumentar as pensões, tudo medidas socialistas. Rui Rocha acrescentou e acusou André Ventura de enganar os idosos, a propósito do aumento das pensões. André Ventura respondeu às acusações, perguntando ao líder da IL se "sabe o que é que é falta de compromisso social? É votar contra os aumentos dos polícias, é votar contra os aumentos dos bombeiros, é votar contra os aumentos das pensões (…) isso é que é falta de solidariedade social". O líder do CHEGA, para justificar financeiramente as suas propostas, referiu a taxação sobre a economia paralela que afirmou ser 89 mil milhões de euros, através de fiscalização. Referiu também a corrupção que são 20 mil milhões de euros por ano, sem concretizar bem como ia buscar esse dinheiro. Por seu turno, Rui Rocha defendeu ser contra uma tributação adicional sobre a banca, pois a banca deve assumir os seus prejuízos quando os tem. No que diz respeito ao salário mínimo, a IL defende uma antecipação de uma diretiva da União Europeia, onde o salário mínimo deve ser fixado com base em referências, custo de vida, produtividade e correspondente aumento da dignidade progressiva das condições de trabalho. Em relação a estas ideias, André Ventura concluiu, em jeito de pergunta retórica, que "a Iniciativa Liberal está confortável com pessoas a ganhar 800€? a Iniciativa Liberal está confortável com pensionistas a ganhar 200 e 300€?". E rematou dizendo que a IL é o partido "dos grandes grupos económicos e dos ricos". Rui Rocha respondeu dizendo que defende o crescimento económico para depois ter riqueza e de que "precisamos das contas certas". Sobre a imigração, como já é sabido, André Ventura defende que a mesma deve ser controlada, falando dos riscos de terrorismo. Acusando que o pior para a imigração é deixar entrar toda a gente sem controlo, pois se é para estar a viver em tendas, não vale a pena. Rui Rocha pretende controlar a imigração em função da prova de meios de subsistência ou de contrato de trabalho, semelhante a alguns países da Europa. Durante o debate, André Ventura questionou Rui Rocha se concordava com a expulsão de um cidadão imigrante que comete crimes no nosso território. Rui Rocha respondeu apenas que "aplique-se a lei". O líder da IL aproveitou para denunciar uma mentira dita por André Ventura quando este afirmou que Braga tinha 30% de imigrantes e, na realidade, tem só 3,3%. Para finalizar o debate, os líderes partidários falaram sobre possíveis acordos pós eleitorais. Rui Rocha falou que, se não ganhar as eleições, a única solução é de "trazer" o PSD para as "transformações do necessárias no país, nomeadamente baixa de impostos, crescimento económico, acesso à saúde e acesso à habitação", cabendo aos outros partidos decidirem se viabilizam ou não essa solução. Desta forma, a Iniciativa Liberal escancara as portas ao PSD para um acordo após as eleições. Já André Ventura ironizou as palavras do seu opositor político, afirmando que "um partido que está com 4 ou 5% nas sondagens não impõe linhas vermelhas aos outros". O CHEGA insiste na ideia de que só viabiliza uma solução se houver um acordo de Governo e acusou Rui Rocha de querer entrar "em qualquer solução (política) que dê". Rui Rocha terminou o debate afirmando que um voto no CHEGA significa um voto no PS e que um acordo com o CHEGA está fora de questão. 

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